Nas estradas e encruzilhadas da Vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

07
Set 07
 
Nevado de anos, roxo de amargura,
do tempo sem memória me levanto.
Os séculos de treva e de clausura
de fel enrouqueceram o meu canto.
Sangrenta a crença, bárbaro o costume,
sofri as vergastadas do martírio.
Sem culpa nem perdão, em dor e lume,
morri perante as turbas em delírio.
Restou de mim tão pouco, um quase nada,
que vem gritar, do pó do esquecimento,
que a cinza do meu corpo dói, gelada,
à míngua do fulgor do pensamento.
Ampara-me o carinho que me chama
e lava a negação da minha lama.


 

José-Augusto de Carvalho
11 de Março de 2004.
publicado por Do-verbo às 13:07

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