«No dia 15 de Agosto (de 1936), a bandeira republicana foi substituída pela bandeira monárquica. Numa cerimónia solene, em Sevilha, Franco apresentou-se na varanda dos Paços do Concelho, beijou várias vezes a bandeira e gritou para a multidão concentrada na praça: «Aqui está! É nossa! Queriam privar-nos dela!» O cardeal Ilundaín, de Sevilha, beijou também a bandeira. Depois Franco prosseguiu: «Esta é a nossa bandeira, aquela à qual prestámos juramento, aquela por que morreram nossos pais, cem vezes cobertos de glória.» Franco terminou com lágrimas nos olhos. Queipo de Llano falou depois e perdeu-se numa série de desatinos sobre as diferentes bandeiras que tinham representado a Espanha em várias épocas. Finalmente comparou as cores monárquicas com «o sangue dos nossos soldados, generosamente derramado, e o solo da Andaluzia, dourado de trigais. Encerrou a arenga com as suas habituais referências à «ralé marxista». Durante este discurso, Franco e Millán Astray, o fundador da Legião Estrangeira (que voltara da Argentina depois do levantamento), que se encontravam ao lado de Queipo, tiveram dificuldade em reprimir o riso. Queipo concluiu declarando que a intensa emoção que sentia o impedira de fazer o género de discurso que tinha em mente. Falou depois Millán Astray, um homem em cujo corpo eram mais a lacunas da carne arrancada pela metralha do que as partes que lhe restavam relativamente intactas. Só tinha uma perna, um braço, um olho e poucos dedos na única mão que ainda conservava. «Não temos medo deles», bradou. Eles que venham e mostrar-lhes-emos do que somos capazes debaixo desta bandeira.» Ouviu-se um brado isolado: «Viva Millán Astray!» «Que vem a ser isso?, gritou o general. Nada de vivas para mim! Mas digam todos comigo: Viva la muerte! Abajo la inteligencia!»
Federico Garcia Lorca seria assassinado três dias depois, na mesma Andaluzia (arredores de Granada)...