Nas estradas e encruzilhadas da Vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

23
Abr 09

 

 O meu texto «Os insubstituíveis - 1» mereceu o comentário que transcrevo, na íntegra:


astracan
disse...
Desde há algum tempo para cá, uns anos, que cada vez me é mais difícil... votar.Exactamente pelas razões que aqui são apresentadas. Nem os partidos me oferecem algo de substancial, consistente e/ou credível, nem os "independentes" o são realmente e, sendo-o, exige-me o número de anos que passarem desde o meu nascimento, e o que vi durante essa passagem, não acreditar que político "independente" à partida o seja durante o mandato e, muito menos, no fim. A política, quer seja "independente" ou partidária, serve na esmagadora maioria dos casos(e não digo na totalidade para deixar uma réstea de esperança no ar)os políticos, eles mesmos, seus familiares, amigos e "companheiros"(poderia dizer cúmplices) de partido. E o que mais dói é que, este "estado de coisas", dá-se de uma ponta à outra do leque partidário. Como isto se resolve? Não sei...
21 de Abril de 2009 23:21


O meu leitor, que preferiu assinar o seu comentário com o pseudónimo "astracan", releva uma situação comum - a de desencanto pelos cidadãos eleitos para a administração da res publica.

É uma situação deveras preocupante. Quem viveu, como eu vivi, os anos da mordaça e sonhou com a legitimidade democrática, sente este desencanto. E quem não viveu os tempos da ditadura, escapando-lhe, portanto, o termo de comparação vivido dia a dia, é possível que se interrogue sobre a bondade desta democracia que é a nossa. E muito de negativo encontrará para servir de base de sustentação à sua interrogação.

Um dado adquirido é, evidentemente, a possibilidade de todos nós elegermos os nossos representantes nos diversos patamares do Poder. Hoje, sem dúvida, elegemos: o Presidente da República; os Deputados da Assembleia da República, e desta eleição deriva o Governo do País; os Deputados ao Parlamento Europeu; e os autarcas.

Perante esta evidência de poder ao dispor do eleitorado, qualquer insatisfação ou mal-estar terá de resultar da sua inadequada escolha. E esta sempre passível de reparação no acto eleitoral subsequente.

E se ao eleitorado se colocar a questão outra de todos os candidatos lhe não merecerem credibilidade, será sempre de relevar a possibilidade de, no seio partidário, fazer valer a sua vontade de mudança.

Em boa verdade, o sistema democrático sobreleva todos os demais exactamente porque assenta na vontade de todos os cidadãos. São eles que elegem, logo não poderão eximir-se às responsabilidades da sua decisão.

Até sempre!

Gabriel de Fochem

publicado por Do-verbo às 23:07

22
Abr 09

 

Diz o velho rifão que «os cemitérios estão cheios de insubstituíveis».

Vem esta citação a propósito de frases feitas por acções que propiciam situações as mais absurdas. Vejamos o porquê do que digo:

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que os partidos políticos têm estruturas dirigentes, a nível nacional, regional, distrital, concelhio e de freguesia. E a essas estruturas dirigentes ascendem, em teoria, pelo menos, os indivíduos considerados mais capazes de respeitarem e fazerem respeitar as propostas políticas que emanam da ideologia de que se reclamam. Daqui se infere que os candidatos a quaisquer actos eleitorais deverão ser encontrados nas respectivas estruturas. E assim se honrará a credibilidade do partido político enquanto tal. Agir de modo diverso é encontrar, de empréstimo, a credibilidade que não tem quanto baste para tentar alcançar os objectivos pretendidos junto do eleitorado.

E foi intencionalmente que disse ascenderem, em teoria, os mais capazes às estruturas dirigentes. Ora, pois, todos sabemos haver, aqui e ali, intenções outras, que determinam a designação de elementos menos capazes. E este nepotismo ou compadrio provoca as tais situações de ascensão de insubstituíveis exactamente porque, viciada a norma, dificilmente haverá uma possibilidade de escolha razoavelmente qualitativa. E aqui temos uma situação artificial originando um facto consumado.

Claro que Maquiavel se rirá no túmulo destes aprendizes de feiticeiro, mas eles vão sobrevivendo, essa é que é essa! E descredibilizando os partidos políticos de que se servem, também.

É triste? Pois é! Mas é o que temos, para nossa vergonha enquanto cidadãos.

 

Até sempre!

Gabriel de Fochem

publicado por Do-verbo às 21:25

17
Abr 09

 

O afã de algumas pretensas mentes iluminadas na descoberta de candidatos que o eleitorado tenha por credíveis! Até seria ponderável tal afã se os candidatos se representassem a si mesmos, o que, como sabemos, não é verdade. Todos os candidatos, ainda os que se apresentem rotulados de independentes, agem conforme ditames político-ideológicos. E a bandeira, através do simbolo que a força político-partidária utiliza no boletim de voto, lá está denunciando essa tal independência.
 
Abro aqui um parentesis para as candidaturas autónomas, só possíveis, que eu saiba, nas eleições autárquicas. Todavia, estas, ainda que autónomas, terão necessariamente uma subordinação de pensamento afim de qualquer uma das ideologias presentes no panorama político-partidário. Fechado o parentesis e regressando ao afã das mentes iluminadas de que vinha falando, este configura a demissão de um partido político enquanto tal, porque não reclama a sua credibilidade perante o eleitorado, preferindo a credibilidade do candidato que apresenta.
Aqui chegado, pergunto-me: como entender um partido político que se socorre da credibilidade de um candidato para tentar alcançar a preferência do eleitorado? E como irá o eleitorado entender um partido político que assim menoriza a sua própria credibilidade?
 
Este assunto "tem pano para mangas". Voltarei a ele.
 
Até sempre
Gabriel de Fochem!
publicado por Do-verbo às 21:40

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