Nas estradas e encruzilhadas da Vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

27
Abr 12

 


Senhor procurador Cléber Eustáquio Neves,


Escrevo-lhe esta carta porque soube que o Sr. entrou com ação na Justiça solicitando a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição do dicionário Houaiss, porque no verbete “cigano” há acepções ao seu ver carregadas de preconceito ou xenofobia, apesar da informação explícita no dicionário de que tais acepções são pejorativas. Para o Sr., o texto do verbete afronta a Constituição e pode ser considerado racismo. É para ajudá-lo nessa importante tarefa de cortar as afrontas linguísticas à Constituição que lhe escrevo esta carta aberta, na esperança de que ela lhe chegue às mãos.
Há outros verbetes racistas e preconceituosos que afrontam nossa Carta Magna, como “judiar”, “judiaria”, “judiação”, uma verdadeira apologia ao antissemitismo. Mande suprimir também o verbo “denegrir” que é um acinte aos afrodescendentes por sua significação pejorativa. Por que o luto tem de ser preto? Envie uma mensagem ao Congresso para que faça uma lei que proíba a cor negra para o luto. Mande retirar também dos dicionários o verbete “mulato”, que se origina do nome “mula” e é uma ofensa também aos que têm a cor da Gabriela de Jorge Amado. Aliás, também deve ser retirada dos dicionários a expressão “eminência parda”, por sua conotação negativa que agride os que são pardos.
Seria bom também retirar do dicionário o verbete “esquimó”. Na língua do povo mongólico que habita as regiões geladas da Groenlândia, Canadá e Alasca, a palavra “esquimó” significa “comedor de carne crua”, o que é altamente ofensivo para esse povo que prefere ser chamado de “inuit”, que quer dizer “povo”. Os esquimós, digo, os inuits, também merecem respeito, embora morem longe do Brasil.
Por que não mandar suprimir todos os palavrões dos dicionários? Pense num adolescente ou numa criança que, ao abrir o Houaiss ou o Aurélio, encontre um palavrão desses cabeludos que fariam enrubescer uma freira de pedra. Trata-se de pornografia explícita que deve ser extirpada.
Aliás, por que as notas musicais pretas são de menor valor que as brancas? Trata-se de racismo velado, já que uma semifusa, por exemplo, toda pretinha, vale bem menos que uma semibreve, toda branquinha. Mande tirar o negrume das notas musicais e mande apreender todas as partituras, de Bach a Villa-Lobos, por exemplo, porque todas contêm notas pretas de menor valor que as notas brancas.
Mande suprimir nos livros de Física a expressão “buraco negro”, e de todos os dicionários expressões como “magia negra”, “humor negro”, “ver as coisas pretas”, todas com conotações altamente ofensivas à raça que tanto fez pelo progresso de nossa Terra.
Aliás, por que não mandar recolher todas as gramáticas da língua que ensinam que a concordância nominal se faz no masculino mesmo que haja um único homem entre milhões de mulheres? Trata-se de um preconceito contra as mulheres ainda não previsto na Lei Maria da Penha.
Como vê, Sr. Procurador, sua tarefa é extremamente árdua. Haveria outras coisas a dizer, como o preconceito contra a raça branca, encontradiço também nos dicionários, pois passar a noite em claro, dar um branco (quando se perde momentaneamente a memória), arma branca, casamento branco, elefante branco, greve branca, intervenção branca, versos brancos, escravatura branca, viúva branca, ditadura branca, e outras mais, são expressões que devem ser abolidas por sua conotação pejorativa, nitidamente racista.
Se de todo for impossível acabar de vez com os dicionários e livros científicos, só lhe resta uma solução, dada a dificuldade de cumprir sua missão de salvar a língua portuguesa e a cultura brasileira dos preconceitos e afrontas à Constituição: aposente-se.


Um abraço do José Augusto Carvalho


Nota: Divulgo esta carta deste meu querido Amigo brasileiro, o Prodessor Doutor José Augusto Carvalho. Aproximou-nos a  coincidência de  termos uo mesmo nome. Abraço. José-Augusto de Carvalho

publicado por Do-verbo às 15:42

17
Abr 12
Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69º. lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada com um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anualmente ela representa 84.5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil, poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.


Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa compreender este perverso processo criminoso.


Comecemos com a palavra corrupção. Ela tem origem na teologia. Antes de se falar em pecado original, expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: corrupção é ter um coração (cor) rompido (ruptus) e pervertido. Cita o Gênesis: “a tendência do coração é desviante desde a mais tenra idade”(8,21). O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer:“somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. Em outras palavras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue sua tendência.


Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural.


A histórica: somos herdeiros de uma perversa herança colonial e escravocrata que marcou nossos hábitos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violentas e injustas. Então as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas a corromper. Quer dizer: subornar, conseguir favores mediante trocas, peculato (favorecimento ilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu origem ao jeitinho brasileiro, uma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.


A política: a base da corrupção política reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalismo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse sua e organizaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. Há um neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, médios de comunicação) a apaniguados políticos.


Devemos dizer que o capitalismo aqui e no mundo é em sua lógica, corrupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a dominação do capital sobre o trabalho, criando riqueza com a exploração do trabalhador e com a devastação da natureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos de classe. Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois a democracia supõe uma igualdade básica dos cidadãos e direitos garantidos, aqui violados pela cultura capitalista. Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os gerais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consolidado e muito menos um Estado de bem-estar social. Esta situação configura uma corrupção já estruturada e faz com que ações corruptas campeiem livre e impunemente.


A cultural: A cultura dita regras socialmente reconhecidas. Roberto Pompeu de Toledo escreveu em 1994 na Revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos dizer: quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centralizado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.


Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico Lord Acton (1843-1902): ”o poder tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. E acrescentava:”meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se corrompem”.


Por que isso? Hobbes no seu Leviatã (1651) nos acena para uma resposta plausível: “assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”. Lamentavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas ao invés de se apoiar no poder da sociedade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o caminho curto das alianças e dos acordos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado. Oxalá possa ainda ser resgatado.


Como combater a corrupção? Pela transparência total, por uma democracia ativa que controla a aplicação dos dinheiros públicos, por uma justiça isenta e incorruptível, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. Mais que tudo, lutar por um outro tipo de democracia menos desigual e injusta que a persistir como está, será sempre corrupta, corruptível e corruptora.




Leonardo Boff
(teólogo, filósofo e escritor)


http://serverlinux.revistaoberro.com.br/mailman/listinfo/cartaoberro
publicado por Do-verbo às 23:21

12
Abr 12
Adital


O papa Bento XVI tem razão: o marxismo não é mais útil. Sim, o marxismo conforme muitos na Igreja Católica o entendem: uma ideologia ateísta, que justificou os crimes de Stalin e as barbaridades da revolução cultural chinesa. Aceitar que o marxismo conforme a ótica de Ratzinger é o mesmo marxismo conforme a ótica de Marx seria como identificar catolicismo com Inquisição. Poder-se-ia dizer hoje: o catolicismo não é mais útil. Porque já não se justifica enviar mulheres tidas como bruxas à fogueira nem torturar suspeitos de heresia. Ora, felizmente o catolicismo não pode ser identificado com a Inquisição, nem com a pedofilia de padres e bispos.
Do mesmo modo, o marxismo não se confunde com os marxistas que o utilizaram para disseminar o medo, o terror, e sufocar a liberdade religiosa. Há que voltar a Marx para saber o que é marxismo; assim como há que retornar aos Evangelhos e a Jesus para saber o que é cristianismo, e a Francisco de Assis para saber o que é catolicismo.
Ao longo da história, em nome das mais belas palavras foram cometidos os mais horrendos crimes. Em nome da democracia, os EUA se apoderaram de Porto Rico e da base cubana de Guantánamo. Em nome do progresso, países da Europa Ocidental colonizaram povos africanos e deixaram ali um rastro de miséria. Em nome da liberdade, a rainha Vitória, do Reino Unido, promoveu na China a devastadora Guerra do Ópio. Em nome da paz, a Casa Branca cometeu o mais ousado e genocida ato terrorista de toda a história: as bombas atômicas sobre as populações de Hiroshima e Nagasaki. Em nome da liberdade, os EUA implantaram, em quase toda a América Latina, ditaduras sanguinárias ao longo de três décadas (1960-1980).
O marxismo é um método de análise da realidade. E, mais do que nunca, útil para se compreender a atual crise do capitalismo. O capitalismo, sim, já não é útil, pois promoveu a mais acentuada desigualdade social entre a população do mundo; apoderou-se de riquezas naturais de outros povos; desenvolveu sua face imperialista e monopolista; centrou o equilíbrio do mundo em arsenais nucleares; e disseminou a ideologia neoliberal, que reduz o ser humano a mero consumista submisso aos encantos da mercadoria.
Hoje, o capitalismo é hegemônico no mundo. E de 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta, 4 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza, e 1,2 bilhão padecem fome crônica. O capitalismo fracassou para 2/3 da humanidade que não têm acesso a uma vida digna. Onde o cristianismo e o marxismo falam em solidariedade, o capitalismo introduziu a competição; onde falam em cooperação, ele introduziu a concorrência; onde falam em respeito à soberania dos povos, ele introduziu a globocolonização.
A religião não é um método de análise da realidade. O marxismo não é uma religião. A luz que a fé projeta sobre a realidade é, queira ou não o Vaticano, sempre mediatizada por uma ideologia. A ideologia neoliberal, que identifica capitalismo e democracia, hoje impera na consciência de muitos cristãos e os impede de perceber que o capitalismo é intrinsecamente perverso. A Igreja Católica, muitas vezes, é conivente com o capitalismo porque este a cobre de privilégios e lhe franqueia uma liberdade que é negada, pela pobreza, a milhões de seres humanos.
Ora, já está provado que o capitalismo não assegura um futuro digno para a humanidade. Bento XVI o admitiu ao afirmar que devemos buscar novos modelos. O marxismo, ao analisar as contradições e insuficiências do capitalismo, nos abre uma porta de esperança a uma sociedade que os católicos, na celebração eucarística, caracterizam como o mundo em que todos haverão de "partilhar os bens da Terra e os frutos do trabalho humano". A isso Marx chamou de socialismo.
O arcebispo católico de Munique, Reinhard Marx lançou, em 2011, um livro intitulado O Capital – um legado a favor da humanidade. A capa contém as mesmas cores e fontes gráficas da primeira edição de O Capital, de Karl Marx, publicada em Hamburgo, em 1867."Marx não está morto e é preciso levá-lo a sério", disse o prelado por ocasião do lançamento da obra. "Há que se confrontar com a obra de Karl Marx, que nos ajuda a entender as teorias da acumulação capitalista e o mercantilismo. Isso não significa deixar-se atrair pelas aberrações e atrocidades cometidas em seu nome no século 20".
O autor do novo O Capital, nomeado cardeal por Bento XVI em novembro de 2010, qualifica de "sociais-éticos" os princípios defendidos em seu livro, critica o capitalismo neoliberal, qualifica a especulação de "selvagem" e "pecado", e advoga que a economia precisa ser redesenhada segundo normas éticas de uma nova ordem econômica e política."As regras do jogo devem ter qualidade ética. Nesse sentido, a doutrina social da Igreja é crítica frente ao capitalismo", afirma o arcebispo.
O livro se inicia com uma carta de Reinhard Marx a Karl Marx, a quem chama de "querido homônimo", falecido em 1883. Roga-lhe reconhecer agora seu equívoco quanto à inexistência de Deus. O que sugere, nas entrelinhas, que o autor do Manifesto Comunista se encontra entre os que, do outro lado da vida, desfrutam da visão beatífica de Deus.




Frei Betto é escritor, autor do romance «Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros, e assessor de movimentos sociais.http://serverlinux.revistaoberro.com.br/mailman/listinfo/cartaoberro

publicado por Do-verbo às 21:37

03
Abr 12


Durante séculos, a sede do município foi no castelo, naturalmente. Suponho que ainda no século XVII ou já no início do século XVIII, foi a sede transferida para o edifício construído na Praça hoje designada da República. Passava, portanto, de um lugar nobre para outro não menos nobre.
Já nos nossos dias, isto é, na segunda metade do século XX, entenderam os políticos da época transferir a sede do município para um edifício afastado da zona nobre da vila. Não conhecemos os motivos que determinaram a mudança, mas, ainda que desconhecendo-os, permitimo-nos rejeitá-los exactamente porque nos recusamos a entender a sede do município noutro local. Compreendemos, evidentemente, o argumento de o edifício da Praça da República ser insuficiente para todos os serviços municipais, mas tal argumento, válido, com toda a certeza, não poderia nem deveria ter determinado uma mudança integral.
Em muitas cidades e vilas do nosso país, os serviços municipais estão distribuídos por vários edifícios, mantendo sempre, todavia, as sedes nos locais originários ou nobres. Assim sendo, que estranha originalidade a nossa!
Quanto à Biblioteca Municipal, espaço terá no edifício camarário da Rua Brito Camacho por permuta com alguns dos principais serviços municipais a regressarem à Praça da República. E que esta sugestão seja entendida como provisória, isto é, até outro local ser encontrado, quer em edifício construído quer se tentada a adaptação porventura da Escola de São João, quando esta for definitivamente abandonada como espaço escolar.
Até sempre!

José-Augusto de Carvalho
Viana, 3 de Abril de 2012.

Em tempo: Ainda que tardiamente, aqui reclamamos o direito à opinião.

publicado por Do-verbo às 23:50

Supomos saber que a rua principal de Viana será a actual Rua Cândido dos Reis, rua que ligava o Castelo (o poder político vigente) à Igreja (o poder religioso vigente) existente no local onde hoje encontramos a Escola Primária de São João. Seria certamente a rua directa, directa que, por corruptela, viria a dar direita. Ainda, em muitas povoações, perdura a rua direita.
Seria mais avisado designá-la por Rua de D. Dinis, homenageando o monarca a quem Viana muito terá ficado devendo, mas os senhores da política usam de razões que temos dificuldade em entender e aceitar como razoáveis.
A Praça da República, excelente nome!, se atendermos a que deriva de res publica, que significa coisa pública, situa-se à esquerda da rua supracitada, considerando o sentido Castelo - antiga Igreja.
Como terá sido desde recuados tempos, conviria que a rua e a praça tivessem mantido o piso empedrado (calçada). Também mal-avisado terá andado quem determinou o piso actual e o asfalto. Parece que, finalmente, teremos, para breve, o regresso desse antigo piso empedrado. Aplaudimos a ideia.
Outra situação a rever existe – a do trânsito. Parece-nos que a rua e a praça deveriam ser de uso exclusivo de peões, proporcionando a todos nós um passeio público na zona nobre da vila.
Na praça, as árvores existentes, atendendo à desarmonia que provocam, devido às suas dimensões, deveriam ser substituídas; e não só pelo motivo indicado mas, também, porque afectam a estátua, em boa hora erigida a António Isidoro de Sousa.
Evidentemente que a estátua não é apenas afectada pelas árvores de exagerada dimensão para a área da praça; também as crianças que nela se empoleiram afectam a sua dignidade. Talvez um pequeno lago no espaço circular existente evitasse a irreverência infantil. E, porque não, desse mesmo lago partindo um ou diversos focos luminosos para que, durante a noite, a estátua ficasse bem visível?
Finalmente (?), para quando a remoção do fio eléctrico distendido desde o edifício da Repartição de Finanças ao edifício da Câmara dita velha, do qual pende uma solitária lâmpada sobre o tabuleiro da praça? Não sabemos a quem se deve tão canhestra ideia. Aqui ficam o reparo e a censura a quem teve a ideia e também a quem a perpetua.
Até sempre!

José-Augusto de Carvalho
Viana, 3 de Abril de 2012.

publicado por Do-verbo às 18:55

02
Abr 12

A grande questão que se nos coloca é por onde começar. As situações que se nos deparam são várias. Graduar as prioridades não será tarefa fácil porque divergem as perspectivas de análise e graduação. Ora porque assim é, decididamente será preferível ir abordando as situações, não ao acaso, mas como elas nos ocorrerem. E sem preocupação de interesses outros que não os da cidadania, estes, sim, os únicos que nos movem. Não buscamos prebendas nem aplausos. Aprendemos a viver com pouco; deixamos os aplausos para os que se exibem em palanques.

Não diremos nada de original. Lá diz o rifão que nada de novo há sob o sol. Apenas nos limitaremos a salientar o que foi soterrado, designadamente valores e bom-senso.
Entre diversas lacunas, salientamos, agora, a de um memorial dos filhos desta terra que deram a vida por causas ponderáveis ou não. Falamos dos mortos na I Grande Guerra e na Guerra Colonial. Falamos de cidadãos que foram chamados a intervir em conflitos. As causas que os provocaram já foram ajuizadas pela História.
Considerando que Viana é sede de município, a lacuna referida será semelhante nas povoações de Aguiar e Alcáçovas, exactamente porque integram este município.
Trata-se duma homenagem devida e consensual, evidentemente.
É muito séria a decisão que provoca o derramamento de sangue.
Da reparação de tamanho dano, falamos da perda de vidas, as entidades públicas ajuizarão. Para tanto (também) servem. A bem da justeza, oxalá que bem ajuízem.
Até sempre!


José-Augusto e Carvalho
Viana, 2 de Abril de 2012.

publicado por Do-verbo às 19:15

Abril 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
13
14

15
16
18
19
20
21

22
23
24
25
26
28

29
30


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO