Nas estradas e encruzilhadas da Vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

18
Jun 13

 

Os meus textos não têm destinatários preferenciais.

Tempos houve que sim, que almejava ser lido por esta ou aquela pessoa. Foi o tempo romântico, que já lá vai, há muito. Desses caminhos, juncados de flores de utopia adolescente, restam pétalas secas e ressequidas. E uma saudade imensa da inocência perdida.

Hoje, escrevo para mim, como se fosse um diário. É certo que, neste blogue, publico os meus textos. E não menos certo é que tenho leitores, quase sempre amigas e amigos. Amigas e amigos que me criticam e me incentivam a não ficar calado. Outros há que me falam deste ou daquele assunto. E quando lhes digo já ter escrito sobre e publicado no blogue, logo me dizem que não me leram por absoluta falta de tempo. A falta de tempo é uma praga. Claro que antes falta de tempo do que falta de ar. Se assim não fosse, lá ficaria eu mais pobre ainda. Claro que ouço e calo. Não tenho por que me melindrar. Só me lê quem quer. Verdade que alguns, raros, me foram ler, depois.

Como disse, ajo como se estivesse escrevendo um diário. E, quantas vezes, me leio e releio! Ora por desfastio, ora para recordar algumas situações. E como sempre sucede com quem escreve, dou comigo a corrigir mentalmente, aqui e ali, o texto já escrito e divulgado. E isto porque, como salientou o grande poeta espanhol António Machado, «o caminho faz-se caminhando» … Nada é definitivo e ainda bem.

Até sempre!

 

José-Augusto de Carvalho

18 de Junho de 2013.

publicado por Do-verbo às 21:38

15
Jun 13

 

 Neste final de jornada, quando supunha nada mais caber no meu bornal, a surpresa vem. E já não valia a pena. Não porque a sobrecarga seja pesada; apenas porque já nada acrescenta. É aquela situação de quem é surpreendido por uma trovoada, num descampado: depois de chover uns minutos, os restantes, muitos ou poucos, já nada acrescentam à molha.

No monte, os dias trazem-me a monotonia de um tempo parado.

As notícias que me chegam, ainda que poucas, confirmam-me a monotonia.

O dia é o resultado do fatal movimento de rotação; o ano é o resultado do fatal movimento de translação. Assim sendo, nada de novo sob o sol. Mas os dias e os anos, para além do fatalismo planetário, dão-me coisas bonitas: os passarinhos chilreiam, felizes; as flores insistem em maravilhar-me com os seus aromas e as suas cores; «todo o sol do Alentejo» me encanta em apoteoses de cor. Pois, na contemplação, tudo bem.

Na acção, retenho do poema do grande Poeta Miguel Torga sobre Bartolomeu Dias, a fatal conclusão: um herói sem remate. Inevitável. É da sabedoria que não se pode pedir o que se não tem para dar.

Nestes dias quentes, fico-me à sombra, olhando a estrada deserta. Uma andorinha ensaia acrobacias. Como lhe é fácil ser acrobata e como é difícil a tanta gente dar o passo certo no momento certo!

Só, deixo-me entontecer pela tremulina.

Até sempre!

 

Gabriel de Fochem

15/6/2013.

publicado por Do-verbo às 23:55

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