Nas estradas e encruzilhadas da Vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

29
Dez 14

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 Tela de Dórdi Gomes / Pintor alentejabo

 

 

Já fui maltês e ladrão

de quanto me foi roubado:

meu covil foi o montado;

meu camarada, o suão.

 

Fui livre à minha maneira,

como um homem deve ser;

a lei dei a conhecer

ma mira da caçadeira.

 

Por roubar o que era meu,

nas malhas bem apertadas

das baionetas caladas

caí num dia danado;

mas contas ninguém me deu

de quanto me foi roubado.

 

 

José-Augusto de Carvalho

Lisboa, 1969.

In «arestas vivas», 1980

publicado por Do-verbo às 21:05

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