Nas estradas e encruzilhadas da Vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

23
Dez 14

A rã e o escorpião

Fábula_rãyescorpion.jpg

 

Uma rã estava à beira de um rio quando um escorpião lhe pediu que o deixasse ir nas suas costas para a outra margem do rio.

- És doido! – diz-lhe  – ferras-me o teu veneno e matas-me!

- Ora, não tenhas medo. Evidentemente que se te matasse também morreria – argumentou o escorpião.

- E como que é que eu vou saber que não me vais matar quando atingirmos a outra margem? – perguntou a rã.

- Ora, ora… quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela tua ajuda que não te vou pagar esta gentileza com a morte.

Os argumentos do escorpião até eram lógicos. A rã pensou, pensou e decidiu aceder.

O escorpião acomodou-se nas costas macias da rã e começaram a travessia.

A meio da travessia do rio o escorpião ferra o veneno na rã, que começa a desfalecer.

- Seu tolo – gritou a rã – agora vamos os dois morrer! Porque fizeste isto?

- Desculpa, mas não pude evitar. Esta é a minha natureza.

 

Moral da história – Por mais que se tente evitar, mais cedo ou mais tarde, cada um acaba por revelar a sua natureza.

 

Fábula de Esopo

 

 

publicado por Do-verbo às 20:23

09
Fev 12

Arrumando e rearrumando papeis antigos, na presunção de manter viva a lembrança de um tempo que irremediavelmente desapareceu na voragem do movimento planetário que gera e cavalga o tempo, encontrei estes versos da juvenília. São dois glosamentos em forma imitada de Bocage. Não importa, agora, a qualidade; apenas dou a conhecer o que eu escrevia e como escrevia, na adolescência. Revisitar o passado é, muito vezes, acariciar a memória do que fomos.


I

O PENEDO

Oh, alta serra das neves
donde o penedo caiu!...
Ninguém diga o que não sabe
nem afirme o que não viu!

(quadra popular)


1
Nas asas do pensamento,
que nunca as houve mais leves,
encontrei-me, num momento,
«oh, alta serra das neves»,
no teu cume de cristal,
onde o reino vegetal
jamais medrou ou floriu!
Lá vi, do alto duma fraga,
essa parte, agora vaga,
«donde o penedo caiu».


2
Pelos fraguedos rolando,
que a desgraça a todos cabe,
foi ao mundo aconselhando:
«ninguém diga o que não sabe!»
Do tumular desfiladeiro,
já no esforço derradeiro,
que a voz do eco repetiu
por vales e por montanhas,
ainda arrancou das entranhas:
«nem afirme o que não viu!»




II

LUTA INTERIOR


Comigo me desavim,
sou posto em todos o perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.

Francisco Sá de Miranda
(1481-1558)




1
Cansado de procurar
a Lei do Princípio e Fim,
sem a poder encontrar,
«comigo me desavim».
Que razão em vão procuro
do Passado e do Futuro?
Como louco me persigo!
Quero hoje, amanhã não quero!
E, com tanto desespero,
«sou posto em todo o perigo».


2
Este viver, mar de fel,
a todo o instante maldigo.
Não posso viver com ele,
«não posso viver comigo»!
Esta vida, este martírio,
este constante delírio,
só na morte terá fim...
Meu destino está traçado:
Não posso fugir do Fado
«nem posso fugir de mim»!


Nota:
Textos com uma única publicação, no jornal República (suplemento República das Letras e das Artes), em 27 de Agosto de 1965.
Cordiais saudações.

publicado por Do-verbo às 23:13

14
Jan 12

Este instrumento fue inventado en 1698 por el fabricante florentino de clavecines Bartolomeo Cristofori, cuyo primer modelo quedó listo en 1709 y se llamó gravicembalo col piano e forte (clavecín con suave y fuerte), aunque fue más conocido inicialmente como pianoforte, que más tarde se abrevió a piano y así llegó a nuestra lengua. En la actualidad se conocen dos pianos fabricados por Cristofori: uno de ellos, de 1720, está en el Museo Metropolitano de Arte de Nueva York; el otro, fechado en 1726, se exhibe en el museo de la Universidad Karl Marx, de Leipzig.
Cristofori llevó adelante su proyecto del piano al constatar que el clavecín no permitía hacer que los tonos fueran más suaves —en italiano, piano— o más fuertes o recios —en italiano, forte—.

publicado por Do-verbo às 22:58

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